Como ser humano que sou bem posso falar sobre a necessidade de querer ter as respostas e as certezas nas próprias mãos. Parece que continuamente queremos quer todas as possíveis escolhas e conseqüências milimetricamente calculadas. Vivemos na onda de projetar e (re)pensar o futuro sem tirar os olhos do presente. Entretanto, na maioria das vezes, não acertamos no futuro e nem curtimos o presente que se esvai pelos dedos.
Outro dia, vi uma frase bem interessante em algum lugar na net: “pensar enlouquece, pense nisso”. Deixando de lado o bom humor da idéia, essa máxima bem reflete a complexidade do pensar. Se a prática do pensar não for feita com sabedoria e de forma temperada, como um bom remédio, pelo excesso da dose, pode se tornar um veneno. Então, infelizmente, nos casos extremos, o ideal toma conta do físico. E, em vez de se viver a realidade, o tempo é perdido no mundo das idéias. E, nesse ponto, o pensar somente aprisiona, em vez de libertar…
O fato é que, como já falaram por aí, a diferença entre a realidade e a ficção é que esta faz sentido. Então, diante dos acontecimentos inexplicáveis da vida, a mente calculista e sedenta por controle entra numa crise existencial. Assim, nesse contexto, se penso e não entendo, não existo.
Pensar é bom. Refletir é saudável. Viver a vida com intensidade e com consciência é maravilhoso. Entretanto, há instantes na vida que é bom deixarmos de lado as filosofias e as racionalidades e nos lançarmos na simplicidade da vida. Assim, em vez de filosofar sobre o ciclo da água, caiamos na chuva. No lugar de se lançar em análises sociológicas sobre o fato social, permitamos novas amizades. Em vez de analisar a complexidade dos sentimentos, simplesmente, vivamos a oportunidade de se entregar na possibilidade diante dos olhos. Ou, ainda, em vez de fazer uma antologia dos traumas do passado, curtamos o presente…
Por vezes, o melhor é deixar de pensar, abrir os olhos e ter coragem para viver.
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